quinta-feira, 14 de maio de 2009
O mal que há em mim
Pegando carona no texto “Dois Titãs...” do grande amigo Alexandre, senti a necessidade de falar sobre dualidade. Sobre a batalha entre o bem e o mal, batalha esta, travada dentro de mim. É uma luta árdua, em que diariamente vejo-me obrigado a sufocar o mal que insiste em querer sair e mostrar sua face através da minha. Penso realmente, que todo ser humano tem dentro de si, uma percentagem de bem e de mal. Uma dessas partes fica calada dentro de nós, provavelmente sufocada pela educação que recebemos de nossos pais, de nossa escola, dos ensinamentos que nos são incutidos através da religião a qual fazemos parte. Porém, o “mundo”, os amigos, ou através de qualquer outro meio, a parte antes adormecida, ganha fôlego e começa a mostrar do que é capaz...
Tantas vezes assustei-me ao ver um cachorro sendo morto, mas um minuto depois retomar o que estava fazendo como se nada tivesse acontecido. Fora o prazer doentio que às vezes sinto ao saber que um desafeto meu foi acometido por alguma desgraça... Pego-me a desejar o mal alheio, não necessariamente de um inimigo. Tenho medo dessa parte... Peco terrivelmente em meus pensamentos, felizmente não os ponho em prática! Minha consciência encarrega-se de chamar-me à realidade, lembra-me de que devo, rapidamente, domar aqueles pensamentos ruins. Sinto dor após esses pensamentos... Somatizo tudo em dores no estômago e fico agarrado a meu travesseiro, deitado em posição fetal, esperando minha parte boa avisar-me de que já não há mais perigo, meu “diabinho” interior, voltou ao meu inferno interior... Levanto-me, então, e continuo a vida.
Como pode haver tantas guerras pelo mundo, se a guerra individual, que cada um de nós tem de lutar diariamente, é a mais dura e importante de todas? Não há como domar o mal alheio através da força, se nós mesmos não conseguimos aprisionar o nosso. Se isso não acontece, então não tentamos domar o mal que há nos outros, e sim, estamos dominados pelo nosso próprio mal e que está ali para fazer com os outros o que está em sua essência... Por isso tantas guerras acontecem, tanta gente morre, tantos não compreendem a si mesmos... Quando finalmente sufocarmos a parte que nos é desagradável, o mundo, então, agradável será! Olhem no espelho, caros leitores, o que vocês veem? Um anjo? Um demônio? Eu vejo meu próprio reflexo, mas cabe a mim decidir a imagem que quero ver!
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"nos deram espelhos e vimos um mundo doente"
ResponderExcluirGole que e` gole leva a gente a uma reflexao. Quando olho no espelho e` so` reflexo! A sensibilidade tambem me abandona...
Como e` dificil olhar para o que voce e`! Para o que eu sou... "acho que nao sei quem sou so sei do que nao gosto?"
Parabens pelo gole!
PS.> me teclado ta` todo doido! Me desculpe os erros de digitacao!
É verdade, eu sou mutável. Dá a imprensão que há duas pessoas dentro de mim. Acho que acontece com boa parte das pessoas isso. Muito interessante o texto. Eu acho que não vejo anjo, demônio e tavez nem eu mesma.
ResponderExcluirBjim*
O problema nao é olhar para o espelho. É querer ver o seu reflexo! Eu nao me importo de coabitar com os dois titas ou com o bem e o mal. O dificil - e quase impossivel - é reconhecer a força que cada um tem e desenpenha em nos. Bom texto, Lucas! Um gole torrido de realidade.
ResponderExcluirÉ meu Amigo de Gole, vejo que é muito sábio e que está Para Além do Bem e do Mal. Parabéns, no nossos dias difícil encontrar críticos, vemos apenas pessoas acomodadas com a soma - o produto final da nossa sociedade. Mas ninguém reflete sobre a sua gênese. Vc sim.
ResponderExcluirBem... Olhei no espelho, vi mas não consegui reparar. É dificil olhar para si, é como olhar para dentro. Vi a ponta do Iceberg, mas toda a sua base está oculta. Anjo ou demônio? Os dois, depende do contexto.
O Fabrício já ouviu a minha teoria das mil máscaras: a cada momento somos um, com cada pessoa nossa postura se diferencia. Somos um ser que se adapta ao outrem, singulares a cada instante.
Parabéns pelo Gole cheio de saber(Café... Filosófico, digo Gole Filosófico)