UM GOLE DE IDEIAS

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terça-feira, 31 de março de 2009

À igreja, com carinho


Sei que sofrerei críticas após a leitura deste meu texto/protesto, então, antes de qualquer coisa, gostaria de dizer que sou católico. E como católico crítico, criticarei parte do catolicismo. Mais precisamente o Papa. Lembro-me bem, em minhas aulas de catecismo, com a querida professora Ruth, que já não se encontra mais conosco aqui na Terra, de inúmeras passagens bíblicas. Uma delas é a que descreve Jesus Cristo como um homem extremamente humilde, de hábitos simples e que não se importava com riquezas materiais.

Se ser cristão é ter uma vida baseada nos ensinamentos e na vida de Cristo e o maior exemplo de bom cristão que deveria haver seria o Papa, por que ele não me parece nem um pouco humilde? Enquanto que Jesus, o rei dos reis, usava vestes simples, recusava dinheiro e pregava a partilha, o papa, ao contrário, usa roupas feitas com 15 km de linhas de ouro e prata, como a que ele utilizou na primeira missa realizada por ele no Brasil. Qual deles se parece mais com um rei? Um homem humilde de vestes simples, ou um homem que usa vestes feitas de fios de ouro e prata? E o Papa ainda reclama que a igreja católica vem perdendo fiéis...

Se um jovem perguntar a um católico:
_Em quem eu devo me espelhar para ser um bom cristão?
A resposta deste católico seria:
_Em Sua Santidade, o Papa. O chefe da nossa igreja e o representante de Deus.
Bem, não sei se estou enganado, mas se todos os católicos se espelhassem no Papa, acho que o mundo seria qualquer coisa, menos humilde. Imagine se os mais de 1 bilhão de católicos espalhados pelo mundo, resolvessem usar roupas feitas com fios de ouro e prata? Seria um estranho exemplo de humildade, não? Aliás, não é só isso que vejo de ruim nesse Papa, mas prefiro nem comentar sobre algumas besteiras que ele profere ao abrir a boca em discursos muitas vezes desnecessários.

E a questão do ostensório? Para aqueles que não sabem o ostensório é uma peça usada em atos e cultos da Igreja Católica para expor solenemente a hóstia consagrada (o corpo de Cristo). É composto por um corpo principal, em geral feito de prata dourada ou de ouro, com um centro transparente, de cristal, onde é exposta a hóstia consagrada. Não acho que Jesus, que entrou em Jerusalém montado num burro, que jamais aceitou dinheiro, que era e é o maior exemplo de simplicidade, ficaria feliz em ser exposto a seus filhos numa redoma de ouro, prata e cristal. Não que ele não mereça, ao contrário, ele merece tudo, mas para alguém que pregou a humildade e a simplicidade, acho que a Igreja Católica desviou-se do caminho correto. Como líder, o Papa deveria ser aquele que faria o catolicismo voltar à direção correta, mas não o faz... O Vaticano vive num luxo vergonhoso e desnecessário, enquanto tanta gente morre de fome e sede no mundo.

Quando alguma desgraça acontece é sempre a mesma coisa. O Papa condena isso, o Papa condena aquilo... E quem condena o Papa? Ninguém. Ele não é passível de condenação, e quem o ousa fazer, se não é duramente criticado por meio mundo é excomungado da Igreja Católica. A palavra excomunhão tem um peso inacreditável, excomungados parecem ser assassinos, bandidos etc. É a forma que o catolicismo encontrou para lidar com os “incômodos” que a atingem. Fazer o que, né? Não deixarei de ser católico por não gostar de Bento XVI, mas também não posso ignorar minha forma de pensar. Sou um católico torto? Pode ser. E antes que eu sofra algum tipo de retaliação por parte de algum eclesiástico, dou uma sugestão:
_ A Igreja Católica precisa de uma reforma, a começar pelo Papa!

domingo, 29 de março de 2009

CARTA PARA O ALZHEIMER


Inesquecível Alzheimer,


Da data de hoje não me recordo, mas paradoxal às minhas capacidades, eu nunca me esquecerei de você, ainda que com minha memória vacilante. Expressarei aqui parte da indignação que detenho à você. E gostaria de algumas respostas também.


Primeiramente, gostaria de saber o porquê do roubo da minha história? Saiba que a lapidei com muito esmero. Meus momentos foram singulares, deste modo insubstituíveis. Não há dinheiro no mundo que os substitua.

Lembra-se daquele neurologista que nos apresentou? Maldita foi a hora que minha filha me exigiu aquela consulta! Aproveitando-me da primeira fase que passei à sua presença (dita leve), deixei claro que você não era bem-vindo. No entanto, de maneira invasiva você adentrou minha vida. Sem escolha, fui obrigada a selar o contrato do “até que a morte nos separe”, e pior: com comunhão de bens.


O que outrora deveria ser compartilhado, fora retirado de mim à força. Não bastou-lhe ficar apenas com minha memória, fez questão de tomar posse de minhas outras capacidades intelectuais (pensamento, linguagem, raciocínio, etc...) e por ora, sei que almeja levar minha independência também. O que fiz pra merecer esse carma?


Nessa semana, li no jornal que você também tem agido da mesma forma com outras pessoas. Além disso, li sobre o seu planejamento de ataque em massa, aproveitando-se do aumento da expectativa de vida da população. Era o que faltava: mais um terrorista germânico, mais um holocausto.


Devaneio enquanto posso: desconfio que esteja fazendo uma reserva de conhecimento. Vou mais longe: desconfio que vocês, alemães conservadores e ríspidos, tenham feito isto ao longo de toda história. Talvez, seria esta a causa de toda a intelectualidade de sua pátria-mãe. Sim, o governo está por trás disto, e você trabalha para ele.


Suas intenções me angustiam. Remoem em mim numerosos sofrimentos. Já estou depressiva por saber do declínio cognitivo que caminha gradativo ao lado do meu andar debilitado pela idade. Por saber que não mais poderei expressar-me verbalmente e, não mais poderei escrever uma carta - talvez esta seja a última. Por saber que não poderei controlar meu comportamento. Por não conseguir me alimentar sozinha e não mais poder comer os meus pratos favoritos devido as dificuldade nos mecanismos da deglutição.


Fora o desígnio de demente que sem chance de recusa aceitei, peço que ao menos deixe-me algumas recordações da infância, a qual vivenciei em inocência as mais radiantes e lúcidas brincadeiras.

Sendo otimista, ao menos uma coisa não conseguirá me tomar: o amor da minha família, claro. Que esta zele por mim até o meu sucumbir e que ela dê muita vida aos meus anos.


Desmemoradamente,


Aquela que te escreve, que por ora não se recorda do nome.


Campanha: me adote Madonna!



Está certo que não sou africano e que também não estou em um orfanato. Mas pense bem: ela gosta de caras mais novos e de um filantropiazinha básica... são dois coelhos numa cajadada só, já pensou? Eu também não sou modelo e prometo conter meu ego e não divulgar nenhum vídeo de nossa intimidade.

Sei que ta na moda campanhas deste tipo... no Orkut mesmo vi uma sobre as adoções de Angelina Jolie. Chega a ser engraçado. As celebridades do momento se engajando tanto nas causas sociais. Será? A Angelina, por exemplo, poderia adotar uma creche inteira e vem pra cima de mim como uma conversa de quem almeja o Nobel da Paz... fala sério, né? Ainda tem o Bono “pela paz do mundo” Vox, e ainda os nacionais Renato “criança esperança” Aragão, a Xuxa, Lula “fome zero”, entre vários outros.

Acho que serve pra justificar, ou ao menos desviar os olhares para sua grande fortuna que nem caberia debaixo dos colchões. Uma espécie mais covarde talvez de “laranja”. Parece forçar uma novidade nos jornais dizendo: olha eu sou caridoso! E ao invés de assaltos, aplausos... no lugar de sequestros, fotos e capas.

Continuando a falar pra Madonna, agora que você já conhece o nosso valor(Jesus Luz), e quiser passear por um jovem escritor de blog e estudante de letras pode deixar um comentário aqui, ta? Ela num lê blog, eu sei... Ela não tem cara que lê nada além da cabala do dia. Mas tudo bem... O recado ta dado.

No mais... a vida é uma eterna balada. Onde vão abrem-se os champanhes ou os zippers, ou os dois, e mais tantos quantos se dispuserem... Nós fazemos o mundo dos famosos uma eterna cama de recém casados. Agora não adianta reclamar. Resta-nos exigir olhares ao menos pseudo-caridosos. Tá bom... a gente até empresta umas criancinhas pra melhorar o seu humor. Agora não tente me convencer que é por amor.

terça-feira, 24 de março de 2009

Letras vs. Preconceito


Já pararam pra pensar de onde vem este preconceito idiota de que homens não deveriam cursar Letras? Antes que se questionem o porquê desta pergunta, sim, eu faço Letras. Só porque ao invés de decorarmos a tabela periódica, decoramos poesias? Isso nos torna menos homens? Desafio então um professor de Química a conquistar uma mulher falando sobre o hidrogênio ou então recitando fórmulas ao pé do ouvido:
_Minha querida, quem dera eu tivesse a pedra filosofal para transformar este seu brinco de latão em lindas jóias de ouro através da alquimia... Bem, não é querendo me gabar, mas acho que o vencedor seria eu, com meus sonetos camonianos, com os belíssimos versos de Vinícius de Moraes ou com poesias escritas por algum poeta apaixonado.

Fazer Letras não é nenhuma vergonha! Perdoem-me se falo com eloquência, elocução; este é um dos males da profissão. Desculpa se escrevo corretamente em tempos que o internetês tem dominado. Chego até a pensar que deveria pedir perdão por saber ler, por não ser ignorante. A verdade é que o “mundo intelectual” é composto em sua maioria, por gente ligada de alguma forma a Letras: professores, escritores, jornalistas, cineastas, pessoas ligadas ao teatro etc. Senti uma pontinha de orgulho agora, fazer parte de um círculo de intelectuais não é para qualquer um! Quem sabe um dia eu chego lá?

Admito que talvez os homens que façam Letras tenham um pouco mais de sensibilidade do que os que não fazem, mas isto não faz com que sejam homens feminis, e sim, seres humanos melhores, mais compreensíveis, menos violentos. Por acaso sou menos homem por gostar de poesia ao invés de letras de funk? Não! E se fazer Letras fará com que um dia eu seja uma pequena fração do que foi Drummond, Bandeira ou Fernando Pessoa, que me perdoem os professores de Química, mas podem enfiar a tabela periódica goela abaixo, que eu prefiro mesmo é ficar com meu dicionário.

segunda-feira, 23 de março de 2009

?



Você já teve a sensação de ter uma grande ideia e não conseguir se expressar? Sabe quando a coisa vem à ponta da língua e retorna? Não é terrível? Sabe aquela sensação de impotência? Nunca aconteceu isso com você?

Aonde eu estava mesmo? Ia falar da grande idéia? E se eu não me lembrar? Será que ainda tenho essa tal ideia? Não é aquela sobre a crise?

_ Isso não está no outro texto?

Não posso repetir um tema? Quem mandou você se meter? Posso continuar? Seria aquele ensaio sobre os pensamentos incomunicáveis? Você sabia que existem pensamentos tímidos? Será que li isso onde? Será também que tudo tem que ter embasamento científico?

Quer saber? Posso me calar então? Quanto tempo ainda tem até que soe o sinal? Será que posso finalizar com o Descartes? E se eu começar da metade pode comprometer o entendimento? Qual a faixa etária de vocês mesmo?

Vamos lá? Porque grandes idéias não se comunicam bem? Ninguém se propõe a responder? Seriamos nós capazes de transmitir uma ideia completa? Vocês estão entendendo onde quero chegar? Você já tentou escrever e viu que tuas palavras são menos interessantes que as ideias? E se a gente fizesse uma pesquisa sobre isso?

Quantas páginas pra explicar o inexplicável? Quantos versos? Quantos poemas? Quantas vidas? Alguém ousa tentar? E se trouxéssemos um psicanalista? Seria ele capaz? O que perguntaríamos? Você vende explicações? Conhece as ideias? Todas? Até as mais tímidas? Até as mudas? Como posso dar voz a elas? E o que teríamos como resposta? Seriamos sanados de nossas dúvidas? Teríamos outras?

Será que tudo falta? Será tudo uma falta de sentido? Até onde vai o mundo que você consegue explicar? De onde tiramos que o mundo é limitado pelo sentido? Será que somos mesmo tão racionais assim? A ponto de classificar os ilegendáveis instintos? A ponto de fingirmos inteligência diante do caos?

Sabe quando você termina um texto na metade?

sexta-feira, 20 de março de 2009

Outono...


Outono. A estação do ano que mais tem a ver com a inconstância do meu humor. De manhã, a calmaria paira no ar. Leve brisa leva as folhas douradas para longe da árvore, que perfura o solo com suas raízes a fim de encontrar forças e resistir mais um inverno. Pela tarde, o sol aquece a pouca esperança e cora a face da tristeza, como alguém que espera pela visita, recostada na janela.

Parece que a solidão bate à porta com essa estação. Abrimos, pois sabemos aproveitar cada sentimento. Traz muitas bagagens. Reflexões de uma vida festiva na Primavera deixam o lar. As flores murcharam, mas deixaram seus perfumes. Eles se misturam com o frio e calor; dançam com nossas vontades. Há certo frescor no ar. Respiramos as frustrações.

A noite vem com seu negrume condensado em respostas e desejos. Tudo é muito sublime. A respiração do cachorro, o tic tac do relógio pendurado na parede descascada, a janela de madeira aberta para o resto do mundo, que contempla calado a aproximação do Inverno. As estrelas parecem se fechar e esperar tudo voltar a viver, ao mesmo tempo, brilham como quando nasceram.

Outono. Tudo em paz aqui. Nem o barulho da pouca chuva que insiste em cair incomoda o descanso, numa varanda, no fundo do quintal. As gotas que caem chapinham nas poças que se formam no chão. A Natureza derrama sua satisfação sobre a terra, anunciando um ciclo de novas oportunidades, novas conquistas e, inerente a vida, novas derrotas.

Mas não nos abatemos. Tem mais que calmaria nesses meses, que percorrem com a lentidão do mundo. Tem alegrias cinza de casas novas. Tem sorrisos cálidos para uma madrugada longa. Tem abraços demorados dos que esperam pela próxima estação. A verdadeira felicidade esta além de tempo e espaço, não depende das estações. Depende da minha capacidade de ver a beleza em todos os detalhes.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Blá-blá-blá...


Decidi escrever sobre algo mais simples e direto. Algo que não exija perder horas em cima de um dicionário a procura de sinônimos enfeitados de palavras comuns e que deixa o leitor com aquela famosa “cara de paisagem” pela complexidade de códigos indecifráveis, além de qualquer compreensão, quase os códices maias. Meu intento em escrever é deixar marcas sobre o papel branco sobre coisas que eu não falo, mas penso – logo, existo! Assim, quem quiser me entender, leia-me!

Falar sobre mim não seria um exemplo de “coisas fáceis”, afinal ser humano nenhum é compreendido por ele mesmo. E a historia nos mostra que em um pouco mais de 100 anos de civilização, cometemos os mesmos erros. Enfim, não é sobre seres humanos que gostaria de falar. Oh, raça! Alias, é tão comum ouvir dizer que caminhamos como suicidas para o abismo e nem perguntamos qual é a profundidade, que estamos cansados de ficar questionando nossos atos.

Se já está decido para onde vamos, para que tanta pressa? Chega de conversa! Voltemos ao assunto principal: qual é o assunto principal? Ainda não tenho um. Não sou conhecedor de tudo para resolver falar sobre tudo. O mundo está em crise, mas segundo nosso presidente, nada passa de uma marola. O Clô morreu. Morreu, não! Virou fragmentos brilhantes, multicoloridos, usados na decoração de peças artesanais. Ou seja, nada de muito relevante.

Então, talvez seja essa a questão. Por que temos de ter uma opinião sobre tudo? Eu não poderia postar um musica neste blog, ao invés de ter de dizer o que eu penso sobre isso, o que eu acho sobre aquilo? O mundo continua no seu movimento desengonçado, perto de um colapso, e eu preciso mesmo avaliar cada curva vacilante e descida vertiginosa? Não! Fechar meus olhos não é atestar minha ignorância. Agir, sim, é fator determinante da minha personalidade.

Isso é magnífico, não acha? Estamos sendo avaliados pelo que fazemos e não pelo que falamos. Avaliados por quem, você deve perguntar. Por todos! O Olho-que-tudo-vê não está em Mordor, na Terra-Media. Esta aí, ao seu lado, enquanto você lê essa bobeira. Cada um é o juiz do outro e, a meu ver, tem muita gente caminhando para a prisão perpétua. A ótica do mundo desfez a moral e a ética. Está todo mundo machado. E agora?

Compensamos nosso fracasso com um discurso fajuto. Aprendemos com categoria a demagogia, onde são cultivados os políticos e alguns tipos de pessoas. Tudo é falácia. E usamos tudo isso muito bem. Convenceram-me de comprar um morcego morto. Depois, a comprar um manual de como cuidar do meu morcego morto. O fato é que pensamos no que falar e não no que fazer. E, sinceramente, estou de saco cheio de gente que só fala. Onde estão as suas ações, meu caro?! Chega de conversa, por hoje. Vamos agir!

terça-feira, 17 de março de 2009

Reclamações da Crise



Prazer, me chamo Crise! Assim mesmo sem nenhum sobrenome. Quero dizer... originalmente era assim, hoje já nem sei mais. Me chamam de Crise Econômica, eu atendo... Existencial... eu olho. Tá ficando difícil chegar a um consenso... eu estou tão confusa! Outro dia pensei em me distrair e desliguei a televisão e fui dar uma volta no shopping... adivinha? Era um tal de casal falando em crise que eu não aguentei. Retornei pra minha casa imediatamente.

E outra coisa: não agüento mais nem um grito de ninguém, ouviu? Que história é essa de ficar descontando tudo isso em mim? Isso que vocês têm não é crise, é psicose. Por falar nisso outro dia encontrei com ela – a Psicose – e ainda tive que ouvir que ela estava saindo de férias. Ela disse que depois que entrou em voga o Stress ela teve tempo pra curtir um fim de semana em Parati com seu namorado. Que inveja!

Venho de uma família tradicional, sabe? Só queria me casar e curtir os meus filhos. Mas ultimamente nem os famosos estão colaborando... E enquanto existir celebridades do tipo: Amy Winehouse, Ozzy, Lindsay Lohan, Paris Hilton, etc etc etc... eu não fico sossegada, eu sei! A menos que eu projete um novo verbete que me substitua à altura. Tenho uma prima que não gosto muito... tive pensando... até que ela tem talento. Ela tem tido pouco trabalho. O nome dela é “u ó!” Conhecem? Vou aplicá-la: A economia esta em crise... A economia está u ó! Que tal? Ficou meio vulgar, né?! Mas gente colabora aí!

Tenho apelado pra tudo que é santo. Já visitei o escritório de Santa Paciência. Fiz promessa pra São Longuinho... Já até adiantei os pulinhos. Botei o Santo Antônio de cabeça pra baixo. Agora é só esperar...

Veja bem... eu torço por vocês! Sinceramente. Quero deixar de viver correndo por todos os setores de suas vidas. Além de cansativo é lastimável. Vou mandar este texto por e-mail a alguns amigos distantes que não vejo há muito tempo: a felicidade, a compaixão, a tranqüilidade. E peço que repassem pra quantas pessoas conseguirem.

Um apelo desesperado da Crise em crise.
Se nunca ouviu falar de mim não pesquise no Google, por favor! Eu não faço falta nenhuma.

domingo, 15 de março de 2009

Sozinho na multidão...


Solidão. Palavra pesada, não é? Me lembra saudade... Essa sim, uma linda palavra! Mas solidão também tem seu encanto. Quem, pelo menos uma vez na vida, não quis ficar sozinho? Nós todos temos nosso cantinho preferido em casa, aquele que nos parece o mais aconchegante, mesmo que não seja. Que nos dá paz, nos inspira ideias quando precisamos, enfim, é nossa “casa” dentro de nossa própria casa. Passo a maior parte do dia no meu. Meu quarto que embora não seja secreto, faz com que me sinta numa realidade alternativa, meu mundo, onde eu faço as regras e leis e minhas vontades são acatadas imediatamente. Só saio de lá por um bom motivo...
Amigos. Minha sustentação. Aqueles que me trazem de volta ao mundo real, que me fazem viver a solidão em comunidade, sim, tenho minhas formas de me isolar mesmo que em meio à multidão. Solidão mental. Meu corpo permanece sociável como um robô programado, mas minha mente, bem, ela está em outro lugar, desligada desta realidade confusa e difícil. Minha boca responde, minha mão cumprimenta, meu corpo se move, minha língua se enrosca com outras em movimentos deliciosos, aliás, minha língua é um tanto puta às vezes! Mas minha mente vaga “perdida dentro de mim porque eu era labirinto”...
Mulheres. Minha paixão e perdição. Me faz amá-las, fazer planos sobre um futuro ainda distante, mudar minha vida em função delas para, no final, friamente enterrarem um punhal em meu peito, transpassando o que um dia foi um coração. Hoje sinto em meu peito um órgão pulsante, mas dentro dele, ao invés de amor, tem solidão.
Medo. Palavra que me rege. O medo limita, não deixa que eu viva uma vida plena, feliz. Talvez seja ele o responsável por eu amar tanto a solidão. Sozinho me sinto seguro, dependo somente de mim e sempre sou o vencedor. No mundo real é diferente, preciso competir e nunca venço. O medo de perder supera a vontade de ganhar. Por isso é tão difícil fazer amigos, me expressar, namorar, beijar, transar... Tenho saudade do meu quarto. Volto então para meu cantinho, meu mundo seguro e controlável e me entrego mais uma vez a uma prazerosa orgia solitária.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Comunicado do Sindicato Fantástico



Diante da situação em que nos encontramos, nós os personagens fictícios, viemos através desse anúncio promulgar o nosso afastamento. Estamos cansados dos mofos nas bibliotecas, e até mesmo das mais recentes tentativas de nos ressuscitar no universo literário infantil. Você assistiu as últimas versões do sítio do pica-pau amarelo? Sem comentários. Aqui no sindicato ninguém aguenta mais. Decidimos decretar a falência de nosso sistema, e ceder a administração da sede a Steven Spielberg.
Já tem um tempo que a gente está pensando a melhor forma de transmitir essa decisão, mas havia um membro nosso que discordava. Com a saída dele a gente pode enfim chegar a um consenso. A personagem era Petter Pan, velhinho velhinho, ele arrumou uma passagem para Fernando de Noronha e só teve força de carregar um dos últimos despertadores que ainda trazia desde a época da Terra do Nunca. É lamentável!
Com a explosão desses livros de auto-ajuda os nossos andam meio empacados nos cantos cheios de poeiras como os do Paulo Coelho aqui na sede. Não se vende mais fantasia, não se faz mais poesia, e quando fazem as editoras não compram os projetos. E nenhum membro novo se associa a nosso sindicato. Estamos falindo. Depois que a gente negou o pedido de associação da família Cullen do Crepúsculo, a gente tem enfrentado olhares intimidadores da grande mídia. É que não dá pra aceitar ainda mais vampiros... eles dão trabalho! A cinderela, coitada! Ela corre até hoje do Lestat (entrevista com o vampiro), e agora ela tem que tomar doses intravenosas de nossas poções pra ver se ainda emplaca 2010.
A lista dos afetados pela crise é imensa, estamos diante do caos da realidade. Nem mesmo o nosso famoso Bicho Papão tem assustado as criancinhas de hoje. Nem mesmo as criancinhas de hoje tem tido tempo para criar seus amigos imaginários. Em meio aos pais com síndrome de pânico, assaltos e comida trans, a mente não enxerga soluções. Abstrair cansa! O pobre do Papai Noel que ainda ressurge a cada fim de ano, é cada vez mais ridículo. O nosso original aqui, nem mais recebe os tais pedidos... e olha que ele tem e-mail. Vocês acreditam que clonaram a identidade dele?
Deixa pra lá...
A partir de hoje sairemos da sede e cada um seguirá o destino que lhe cabe. Os novos aspirantes a membro não precisarão habilitar-se para atuar no nosso espaço. Só deixo um aviso a quem virá depois: acostume-se com os quinze minutos de fama.

Conversas de botas batidas


Entre e fique à vontade. Sente-se um pouco. Vamos falar sobre mim. Tenho andado meio esquivo demais, distante talvez. A culpa disso tudo? Bom você ter perguntado isso. Eu não sei. Não há culpados. Há somente atingidos. Não ria. Também não é drama, é sinceridade. Sobre as tristezas? Bem, hoje elas fazem parte de um passado remoto e enegrecido pelo tempo. É, o tempo faz milagres.

Meus pés insistiam pelo caminho, seguindo uma canção inebriante. A beira do abismo, eu olhei para trás. Sim, olhar para trás às vezes não é sinônimo de fraqueza ou nostalgia. Vi os amigos que me sustentavam, as palavras que me cercavam e vi que não eram minhas pegadas que marcava o chão. Mas sinais de quem era arrastado cegamente para um destino sem propósito.

Eu cultivei espinho nesse jardim e, pela manhã, deixava que o Sol tirasse minha visão. Não há porquês. Eu sempre fui meio sádico e controverso. O que parecia bom caiu no desagrado e o que provocava ojeriza fora confundida com mel. Palavras doces, você sabe o que é isso. Não me iludo a tal ponto em achar que temos chances. Elas foram partes das bobagens que eu disse.

Tudo fora bobagem, não é verdade? Ah, tinha alguma coisa? Sinceramente, eu não vi nada além de superficialidade e convenções para disfarçar bem a frustração. Esse caminho é tortuoso demais para alguém como eu, que vive em um mundo literariamente fantástico e moldável. Pense você que esta relação eu já havia escrito em minhas idéias. Era mais interessante no campo do abstrato.

Eu sei, somos todos iguais. Não há nada de magnífico em olhares e toques. Tudo que eu falo pode parecer meio exagerado, mas não quer dizer que não seja verdade. Não vejo nada de mal em ser hiperbólico, às vezes. Há um quê de artistas em mim, que faz das emoções uma ponte para o nirvana, para um êxtase infinito onde meu lugar é além das opiniões clichês que desenvolvemos como defesa da nossa integridade.

Dizer tudo isso está sendo bom, pelo fato de gozar uma liberdade verdadeira. Não preciso mais me importar com o que você pensa, nem acordar e ter seu nome como o primeiro pensamento fantasmagórico. É assustador, ás da manhã, ver sua mente percorrendo distâncias nunca desbravadas a troco de um pouco de sentimento puro e patético. Sim, patético!

Acho que acabou. Sim, acabou. Não lhe desejo mal algum. Só gostaria que seu encanto minguasse com o tempo. Para que outros olhos não se sintam atraídos por você, como mariposas que voam em volta da luz. Beba o resto de suco que ainda há em seu copo, saia pela porta aberta. Mas feche-a. Nenhuma pessoa entrará aqui de novo sem ser convidada.

Grito


Tudo é imperfeito e injusto. Tudo é potencialmente corruptível e maculável. O amor idealizado, a felicidade esperada e a certeza do sucesso passam pelo crivo dos olhares mórbidos da realidade. Deságuam ondas turbulentas e ruidosas em castelos frágeis de areia. Levamos tempo para criar e imaginar, mas, no segundo posterior, sobras purulentas de devaneios coloridos grudam em nossos pés. Elas serão o bálsamo para as feridas abertas manualmente por uma mente sádica e insistente.

Como nos precaver desses fantasmas barulhentos que ribombam nossas mentes de imagens retorcidas e cativantes? Somos escravos das fossas e nos alegramos quando nosso destino é declinante e não ascendente. Somos filhos das tristezas, pois na dor dilacerante formos expulsos de um mundo limitado e cômodo, com berros e caretas. Sabemos desde criança o que é mais importante na vida: contribuir massivamente para que as lágrimas dos outros caiam em abundância.

Quem levantou a mão e pensou em atirar a pedra foi o mesmo que manchou a honra, tocou no sagrado e ridicularizou o divino. Neste constante sobe e desce de emoções, o mundo pára e assiste passivo a fúria dos homens. Sabe-se lá onde todos vão parar com esse espetáculo auto-destrutivo e deprimente. Acredito que não andaremos até que as garras do ridículo não se soltem de nós. Estamos com a arma na mão ameaçando a imagem no espelho e não nos damos conta disso.

O Sol também se esconde. Não seremos julgados por aquilo não pudemos ser, mas pelo que deixamos de ser. Deixamos de ser humanos há muito tempo. Deixamos que conceitos efêmeros se tornassem verdades incontestáveis. Deixamos que o direito de ser livre fosse trocado pelo pequeno prazer de ser movido como marionetes pelas mãos descontrolada da emoção. Tudo isso por um motivo nobre: ser feliz. Nobreza e hedonismo confundem-se pela ótica da razão.

segunda-feira, 2 de março de 2009

À Amy...


Eu olhei para o cigarro de maconha e pensei: “Talvez seja este o degrau inicial que Amy Winehouse subiu e, hoje, tem sua luz vacilante entres as estrelas da boa música”. Meu destino não é em um palco, numa silhueta curvada e remetida a uma imagem digna de pena. Nem o de Amy. Aliás, depois de ouvir suas músicas, mais me afasto da figura controversa e hedionda que estampa muitos jornais e sites. O caráter talentoso, arrojado e pulsante toma o lugar de uma pessoa problemática e instável que se delicia com álcool e outras drogas.
Amy, (chamo-a dessa forma porque suas canções a trás para uma proximidade ao fã, onde desanuvia o horizonte tempestuoso que é a sua conduta e modo questionável de vida) é a Cinderela que deu errado, o Pato-Feio da história esquecida. Não é este seu mérito. Mérito é o de não conseguir conter-se em nossa moral arcaica e idealista demais, onde os resultados são pré-avaliados por olhos cegos e razão náufraga. Mérito é ser o espelho convexo da nossa postura real. Nós é que estamos de cabeça para baixo.
Não é uma questão de mistificar o “errado”, apostar pela autodestruição e glorificar o exagero luxuriante. Não estou dizendo que Amy é o modelo a ser seguido pela garotinha de quinze anos que espera algo de bom da vida. Nem declaro o contrário. Esse paradoxo que é cativante: exemplo que não podemos ser, mas a vontade que não nos abandona de trilhar os tortuosos e desnivelados caminhos da vida. Toda vez que eu ouvir que “o amor é um jogo perdido”, me lembrarei que estamos sem fichas e se encerraram as apostas.
Precisamos ser reabilitados, de certa forma. Qual é o seu vício? Prostração aguda, quando se é preciso agir? Cegueira crônica, quando o real apresenta-se colorido e gritante, de forma que não passaria despercebido? Ilusão pós-traumática, revelada após a crítica fase da decepção “não-acredito-que-era-assim!”? Enfim, tentarão mudar-nos, levando-nos ao caos sem fim pela postura correta em um mundo com escoliose. Encher-nos-ão de clichês fajutos e deterministas sobre nossas formas de ser o que todo mundo quer, mas não tem coragem. Nossa resposta será: no, no, no!
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