UM GOLE DE IDEIAS

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.: Um Gole De Ideias :. -> Dois anos no ar!

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quarta-feira, 9 de junho de 2010

O amor é fogo!

Ainda sofremos hoje com estereótipos do idealismo do amor romântico. “O amor é lindo”, suspiros e versos açucarados. Essa confusão de hormônios, melhor explicados pela superinteressante que por Camões, não passa de um primeiro e entusiástico momento. O amor é fruto de um árduo trabalho. A convivência, a TPM, sentimento de posse, ciúme, greve de sexo... tudo isso não cabe em um poema e passam como sintomas comuns depois de retratados em reportagem.

Verdade é que quando o corpo sinaliza o primeiro e delicioso sintoma que o mal está por vir, instantaneamente ignoramos as relações mal resolvidas do passado. Começa então a dança dos corpos epiléticos. “Amor é prosa, sexo é poesia”, adorável Jabor, você tem toda razão. O amor é uma prosa densa e objeto de estudo de todos os que se aventuram, e uns outros passivos também. Os poetas nunca tentaram defini-lo, pelo contrário, ofereceram às palavras o consolo de chegar perto desse vício tão recorrente entre os humanos.

“Amor é fogo que arde sem se ver” é... Camões! E como arde! Das delícias as alucinações, ou paraíso ao inferno. Nunca vi antítese tão bem construída: amar. Trás em si mesmo um balsamo e uma bofetada. As faces ardentes do primeiro erro tão degradável, perdoam só por perdoar... e se arrependem e se ofendem e se chocam e se aterrorizam e se ameaçam e se beijam. E como que num segundo, que é menos que um segundo, derramam-se em declarações silenciosas.

Tristão e Isolda, Romeu e Julieta, Bentinho e Capitu, Basílio e Luiza... Incontáveis exemplos na arte que vem da vida, que é mimese da vida como Aristóteles já dizia. Longe da arte a vida trás objeto imensurável a ser copiado. Minuto a minuto o corpo de vários terráqueos ora produzem ora mantém ou ora destroem amores. Como num ciclo hindu o amor se renova e garante a manutenção da arte por gerações.

Teoria salva, o amor não é tarefa simples. Não me arrisco em poesia tão gratuita e publicamente. Os meus versos e o meu lírico só soam a favor de um belo e recorrente refrão: Eu te amo! E destinam-se a uma musa perfeita que a entronizo e me torno vassalo. Como naquele velho amor das cantigas trovadorescas, como aquele velho amor que critiquei no começo do texto. E por fim, tão perto a data mais solitária pros sozinhos e mais par pros casais, desejo: coragem, paciência e falta de pudores aos que se atreverem a ter com o amor.

6 comentários:

  1. Objetivo:" amor é o tema, das dores que ele provoca ao prazer." (Maria Bethânia)




    Fabrício, eu já tinha lido seu texto e estava com um comentário prontinho na cabeça,mas veja, que quando li da primeira vez eu estava completamente oco com relação ao amor e seus derivados e por isso apenas amarguras eu conseguiria escrever.Li novamente e ao som da rainha da encanteria,senhora dos raios e dos ventos :Maria Bethânia ( Axé,minha senhora )
    Chorei bem quietinho ao som de “Depois de ter você”
    Você diz que ainda sofremos com os estereótipos do amor romântico.Tenho uma convicção clara de que o amor é puríssimo estereótipo sempre e sempre.Só assim ele funciona,só assim ele é essa entrega total e essa coisa até patética,mas fundamental.É uma espécie de rito de passagem com todos os seus dogmas e clichês.
    Um amigo meu escreveu uma poesia pra mocinha pela qual está apaixonado;a poesia foi para os meus olhos uma coisa sofrível,mas quando mirei os olhos deles...Ah,só ai eu entendi que aquilo era puro sentimento,sem regras,sem boa gramático ou coisa assim.Puro sentimento.
    Depois fiquei pensando se aquilo era para mim?A resposta é claro que não revelo,mas independe disso todos os dias eu sonho alguém pra mim.Você sonha,todos nós sonhamos.
    Ninguém se conforma em estar sozinho,sem namorado(a),sem uma pessoa legal pra se dar um prensa na esquina mais escura.Mas tudo bem,quando não temos o melhor mesmo e se conformar e servir café com bolinhos para aquela simpática vizinha viúva de 89 anos.Pode-se também ler umas poesias da Ana Cristina Cesar e depois ouvir uma pouco de Clara Nunes nos seus tempos de “Clara magoada”,mas ai prepare-se pra chorar horrores . Melhor é distrair a cabeça.Que tal filme antigo na TV?Ou então comer desesperadamente assistindo filmes de comédia ?Hum,nem é tão deprimente assim
    Mas se você tem a paixão da sua vida ou pelo menos a desse mês ai do seu lado, o melhor é ser estereótipo do amor romântico sim.Entregue-se e ame FARTAMENTE.
    Obs: a música que se segue é linda demais e contem puro clichê.Altamente recomendável para os apaixonados cantarem ao pé do ouvido




    Depois De Ter Você
    (Maria Bethânia)
    Depois de ter você
    Pra que querer saber
    Que horas são?

    Se é noite ou faz calor
    Se estamos no verão
    Se o sol virá ou não
    Ou pra que é que serve
    Uma canção como esta?

    Depois de ter você
    Poetas para quê?
    Os deuses, as dúvidas
    Pra que amendoeiras pelas ruas?
    Pra que servem as ruas?
    Depois de ter você...

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  2. Belo gole!
    Você ousou falar de amor de um modo não casual, e muito mais interessante que outros demais.
    "Essa confusão de hormônios, melhor explicados pela superinteressante que por Camões" - Concordo, rs.

    "Os meus versos e o meu lírico só soam a favor de um belo e recorrente refrão: Eu te amo! E destinam-se a uma musa perfeita que a entronizo e me torno vassalo. "- Moema que gostaria muito desse fragmento!

    Acertou muito nesse texto, você foi feliz em escreve-lo, estão cada vez melhores seus textos, prova da sua evolução intelectual.

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  3. Amor é fogo mesmo, não é Fabrício?! Eu, pobre de mim, achei que estivera esse tempo todo debatendo sobre algo tão superficial e previsível. Mas, após de ler Super também, devo dizer: deixem as coisas rolarem. O que é um peido, para quem já está cagado? O amor é fogo, não é Fabrício?!

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  4. Caramba!!! Aplausos de pé para o Gole culto... O (des)amor é realmente inspirador, né?! rs

    Perfeito, quase um ensaio literário onde o amor paira - como sempre - dominante... amor este que se anuncia tímido, até mesmo porque ele é algoz ("mal por vir"), tão algoz que nem mesmo o narrador conseguiu ser duro até o fim... acabando por se render.

    No final, ainda não compreendi o amor... a nao ser que ele é forte e vai tomando conta de quem se atreve mexer com ele. O amor é fogo, Fabrício!


    Vejo poesia em sua prosa, versos nos seus parágrafos...

    Parabéns, cara... Gostei muito!!!

    ______________________
    Obs: Com certeza essa á sequencia das cenas de amor das novelas globais: "As faces ardentes do primeiro erro tão degradável, perdoam só por perdoar... e se arrependem e se ofendem e se chocam e se aterrorizam e se ameaçam e se beijam".

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  5. A Moema gostou, Gleidson! rs

    O Fabrício é fogo!
    Vou lembrar da parte de vassalagem, tá!?rsrs

    E deixo meus outros comentários pras declarações silenciosas...

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  6. Amor é fogo mesmo, não é Fabrício?! Eu, pobre de mim, achei que estivera esse tempo todo debatendo sobre algo tão superficial e previsível. Mas, após de ler Super também, devo dizer: deixem as coisas rolarem. O que é um peido, para quem já está cagado? O amor é fogo, não é Fabrício?!

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Muito obrigado pelo seu comentário (dose)!

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