Hoje bem cedo fui convidada pra uma saída. Não resisti mesmo sabendo do compromisso de trabalho que iria enfrentar depois. Fui com a roupa que iria mais tarde ao tal compromisso – como me arrependo disso! Enfim... Junto a alguns amigos achei que não houvesse mal nenhum em bebericar alguns drinks charmosérrimos que desfilavam nas bandejas coloridas em minha frente.
Um... Dois... Cinco... Já nem sei mais quantas vezes visitei aquelas bandejas. O som era animado. Fui ao banheiro e retoquei a maquiagem: estou linda pensei. Volto à festa e todos são amigos. Tinha um videoke, me acabei. Ninguém ligaria pra minha desafinação afinal já sou consagrada. Meu companheiro passa a me limitar as bebidas. Acabo me irritando com essa censura. E eu não sei o quanto posso beber? Estou ótima disse eu. Acho que o convenci.
Depois de umas três horas de festa eu já estava cansada de rir dos novos cantores que surgem a cada copo. E com a fartura de bandejas e garçons que havia naquele lugar vocês já podem imaginar o coro que havia ajudando os calouros. Mas apesar do clima divertidíssimo fui tomada por um arrependimento... Cacei na bolsa a letra da música que ia cantar e descobri que a letra, que deveria ser familiar, parecia um código em braile. Bem que deveria ter prestado mais atenção no que entoava aquela velha diretora antes das aulas no ginásio. Tarde demais.
Fui tomada por uma dor de cabeça insuportável. Achei a velha neosaldina desprezada no fundo da bolsa e não pensei, tomei logo duas. Estava trêmula, bêbada – inegavelmente, com dores enfáticas na fronte, e a essa altura já não mais me sentia linda. Pedi ao companheiro careta que me levasse ao local onde deveria estar a dez minutos atrás e ele me escorou com o braço e me indicou o caminho que já era fosco. Cadê meus óculos?
Todos esperavam por mim quando meu companheiro adentra o salão lotado. Eu experimento uma caminhada solo e consigo chegar com sucesso ao meu lugar perto do músico que me acompanhará. Certifico-me de que a letra está arrumada no suporte a minha frente e faço um sinal positivo ao locutor que me anuncia logo em seguida. Cheia de valores patriotas e radiante por ser eleita para cantar o hino nacional comecei a dar voz, de uma forma particular, ao hino de meu país.
Resolveram mesmo pegar no pé...Ou melhor nas madeixas douradas da diva da MPB,certo?
ResponderExcluirNão sei se você se lembra ,mas existe no meu blog um texto antigo : “Toda bêbada canta”,mas neste caso ela cantou pessimamente!
É impossível não jogar sobre ela essa pilhéria ! pobre Vanusa!
E nosso hino tão belo tem sedo tão maltratado não só por ela,mas também pelo jogadores da nossa seleção! Fico tentando deduzir que palavras são aquelas que prenunciam na hora do dever cívico!
Fabrício,gostei muito da riqueza de detalhes deste pré fiasco! Muito bom! Como vc diria: FODA!
É amigo, um caos cultural e anti-patriótico deste não poderia passar em branco no Um Gole de Ideias!
ResponderExcluirPerfeita a descrição dos "fatos" vivenciados pela senhora que acha o Hino Nacional Brasileiro uma música atípica. rs
Brincou com a história, amigo, e fez da vergonha um humor benevolente... rs Adorei!!!
Poe bem particular nisso! Ela tornou o Hino Nacional em um samba do criolo doido! Joaquim Osório Duque-Estrada devia sentir orgulho de um remake tao pop, rs... Bom texto, Fabricio. Embriagador, diga-se de passagem!
ResponderExcluirQue pecado, Fabrício...
ResponderExcluirA coitadinha disse sofrer de labirintite, seu malvado! rs
Agora falando sério, foi engraçado porém alarmante, esta apresentação!
Como pode uma pessoa errar tanto a letra do hino do próprio país?
Essa letra já faz parte de nós, como Pais e filhos (Legião Urbana)! rs
Cantei este hino toda segunda-feira durante toda a minha vida estudantil, provavelmente esquecerei meu nome, mas não o hino nacional! rs
Pobrezinha da Vanusa!
Mas ela dará a volta por cima, com certeza!
Vai aprender a letra do hino americano só pra nos mostrar que a letra do brasileiro é que é complicada demais!
Como a Sasha, ela deve ter sido alfabetizada em inglês! rs
Parabéns, amigo, muito engraçado!