Não é a minha intenção criar um círculo de lamentações e lamúrias, enxurrado de lágrimas e sufocado pelos temores contagiosos que rondam a vida humana. Estou morrendo, porém vivendo para a realidade. Nunca antes na história da minha vida me senti mais feliz, mais vivo. Tudo que eu fiz está estampado nas páginas dos livros alheios e meus. Mas algumas coisas foram deixadas para trás.
Por isso, antes de partir, deixo algumas linhas de coisas que deveria ter feito, mas não o fiz. Não me pergunte por quê. Minha respiração está fraca e vacilante demais. Não teria condições de dizer os motivos frívolos e as intenções superficiais que me arredaram tangencialmente do percurso comum da minha vida. Deixo em forma de prosa o que eu não consegui ou consegui fazer aos outros.
Deveria ter dito que amava. Mesmo que por vaidade; vaidade minha mesmo! Para saberem que sei amar, mesmo fingindo. Um amor fingido é melhor que não amar ninguém; nem a si mesmo. Podia ter simulado um amor tórrido e indescritível, desses que consomem noites inteiras de prazer e luxúria. Poderia ter sido a menina da esquina, a professora de inglês, a moça da farmácia.
O poeta dizia que a amizade é o menos biológico de todos os sentimentos. Desse, sim, não preciso forjar lembranças e imaginar emoções. Tive amigos, bons amigos. Desses terei saudades dos momentos indizíveis, remorso por não dizer o quanto cada um fora importante para mim e vontade de carregá-los para os lugares inóspitos, por onde minha alma vagará desolada e errante.
Agora, me deixem ir. Não chorem! Há inúmeras razões para que se evitem as lágrimas. Este mundo não me suporta mais. Ele sabe que corre nessas veias finas um sangue grosso de revolucionário. Seja lá qual for meu destino – queira Deus que de paz! – estarei certo de que fiz o que pude para transformar meu viver em uma animada vontade de ser feliz. Te encontro atrás do palco, amigo. Até mais...
Alexandre... era só uma gripe! rsrsrsrsss... Vocês sabem como é, né?! Hipocondríaco é foda! Ou seria isso mais uma obra da tua pseudo-bipolaridade? ai ai... a intimidade é mesmo um merda! O autor desse texto tem mesmo uma capacidade imensa de se expressar graficamente... sou seu fã, menino!
ResponderExcluirSe cuida!
ABraço!
Sempre no fim da jornada isso acontece!
ResponderExcluirE quer saber? Impossivel evitar esse balanço.
Neste caso realatado no texto a pessoa teve uma vida vitoriosa!Ela teve amigos;e para mim amigos são a melhor parte da vida!Um grande amor não vale uma grande amizade!
ÓTIMO TEXTO,BELO TEMA.Amei...Demais!
Xandy muito lindo, porém achei meio exagerado está imagem exposta por você...muito triste, claro que uma pessoa acho eu não diria que estaria feliz na beirada de sua morte...só você mesmo amigo...está de parabéns.
ResponderExcluirEspero sinceramente que esta não seja uma carta/gole de despedida, hein, Xandy? rs
ResponderExcluirSei lá, né, nosso círculo de amigos é formado por gente muito estranha (me incluindo).
Aproveitando as palavras do Fabrício, sua bipolaridade está alcançando níveis jamais vistos na história da humanidade! rs
Textos tristes, profundos, dilacerantes... comunidades como "Talvez eu corte os pulsos", tá fazendo história com suas obras um tanto quanto macabras, hein? rs
Parabéns pelo texto, amigo!
Abraço!
Uma dica, meus caros.
ResponderExcluiradicionem marcador na postagen com o nome do autor, fica mais fácil de filtrar.
Att