UM GOLE DE IDEIAS

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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O APELO DO REI

"Precisa-se com urgência de carinho e anteção". Foi este dizer que eu ordenei estampar numa faixa rubra para deixar bem à mostra no meu reino. Imagino o que todos os meus súditos devem ter pensado: "Como se um rei precisasse de atenção". Se eu pudesse ler pensamentos, cortaria as suas cabeças! Mas correria o risco de reinar solitário... e o que seria de um rei sem ter ninguém para serví-lo?


Um rei a todo momento vai à forca devido todas as suas responsabilidades, deste modo não sou como todos pensam: "felicidade plena"! Homem de ferro está fora de cogitação, embora gostaria de sê-lo; embora eu tenha um coração de pedra alojado num tórax de aço, de difícil penetração para sentimentos. Por isso, não pense que aquele simples impresso seja tarefa fácil. Ah! quisera eu que fosse... Entretanto, não estou pedindo muito, pois preciso ao menos que alguém faça cócegas no meu coração. Claro! Por outro lado, um rei que se prese passa por cima de quaisquer sentimentos e emoções, pois eles, especialmente o amor, faz-nos perder o controle sobre as coisas mais simples do mundo. Como administraria o meu Reino senão movido pela razão!?

Sempre fiquei angustiado pela triste falta, mesmo tendo tudo: as pessoas se aproximam de mim apenas por interesse - ou medo. Com relação aos meus sentimentos, não creio estar desiludido com o amor, contudo o meu coração é morada de dúvidas, não de sentimentos. Diga-me! Para quê serve uma rainha? Para mim, nada! O que ela deveria me fornecer como conjuge, nunca recebi, que é amor. Nossa relação representa apenas um acordo de paz e a extensão das minhas terras para o oeste.

Por isso o meu apelo real: vinde a mim aquela que possa fornecer-me o amor a troco de nada, pois é disto que preciso. Não quero amar, mas sim ser verdadeiramente amado. Quero alguém que não veja interesse na nossa relação e que se alimente apenas de paixão, porque amor me falta.

Suplico: quero alguém que protagonize o filme da minha vida, concomitante ao anonimato perante o mundo além de nós. Sei que haverá um final feliz. Preciso de uma amante! E não pense que padeço do mal do homem, a traição. Gosto – um pouquinho - da rainha. Ora! Ela é mãe dos meus filhos! Mas ela, gosta de mim? Ou apenas se alimenta da estabilidade real que a proporciono? Ou foram os nossos filhos que selaram um contrato de um filme de amor ("Amor, pura ficção!")? Ou seria o medo de uma velhice solitária se aproximando que nos mantém unidos? Em meio a tantas perguntas, não chego a conclusão alguma. Quer saber? se eu pudesse trocaria tudo por uma única pessoa em especial , a que realmente me quisesse para toda a eternidade. Mas o meu coração gelado não me deixa deleitar, portanto, prefiro sofrer sem ser amado em Paris, Mônaco ou Budapeste... creio que a pobreza de um camponês não pode alimentar a felicidade que provém do amor.


Enfim, descofiado que sou, com a dúvida plena do amor da minha rainha, prefiro neste momento abrir-me às oportunidades tendo um amor real formalizado somado a um verdadeiro amor. Deus! Não quero de maneira alguma subverter as leis divinas, mas se realmente é o todo poderoso dê-me uma amante, pois “amor a nada” não tem valor pra mim! E que a rainha nunca a descubra! Amém!


3 comentários:

  1. Que rei folgado!!!

    Está carente demais... será falta do que fazer?(Nós, camponeses, costumamos criticar as classes dominantes)

    Sua Majestade, acha mesmo que uma faixa estampada no seu reino vai atrair pessoas desinteressadas?
    É como se o Johnny Deep ou Orlando Bloom ou qualquer um desse tipo anunciasse no twitter que estão solteiros e à procura da alma gêmea!
    Imagina o resultado? Mulheres loucas e carentes indo atrás de uma imagem publicada pela mídia (não que eu não fosse também).

    Majestade, não cortar cabeças é um bom começo! Sabe o fim da rainha de Copas, né?
    Outro passo é amar, ao contrário do que disseste... comece amando e se verá amado, o amor é cego e só enxerga o que quer.
    Esteja preparado para uma vida mais turbulenta, um rei com uma amante, amando loucamente... Lembre-se da história de D. Pedro e Inês de Castro.

    boa sorte, rei!

    Ah, "creio que a pobreza de um camponês não pode alimentar a felicidade que provém do amor"... Acho que já escutei a versão moderna dessa frase de uns "amigos do gole" ! rs


    Bom gole, Jonatan!

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  2. Esse Rei não tem jeito não! Amante pra suprir os interesses que ele covardemente se anulou a vida toda...

    Sempre vejo o amor com um ato de coragem, talvez eu diria ao rei que é preciso descer do altar pra alcançar a liberdade.

    Mas confesso que o platonismo é ideal pra quem precisa de um "felizes para sempre"... Boa luta pra quem quer amar e bons sonhos pra quem for dado a idealizações!

    Gostei do texto, caro amigo!
    BRAVO!

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  3. Majestade, alguém que desfruta do poder e da riqueza preferir um amor tão frívolo e débil não deve estar bem das ideias - com todo respeito, meu Rei! Esse humilde servo lhe sugere passar um pouco de tempo em uma das suas casas de veraneio, onde o rio corre caudaloso e a luz do Sol inunda a sala real. Duvido que vá preferir um desse sentimentozinho plebeu e inglório. Bom texto, Jonatan.

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Muito obrigado pelo seu comentário (dose)!

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