UM GOLE DE IDEIAS

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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A MALDIÇÃO DA VIDA ADULTA


Mesmo em tempos de discórdia, havia um mundo onde a felicidade e a paz incidia-se retumbante. Nestas terras esguias, ao norte do Mundo dos Homens, a alegria era a moeda de troca. As brincadeiras eram sempre bem-vindas e vivenciadas a todo instante, não havendo tempo pré-determinado para elas, tampouco aquele final de semana ou feriado apertado para merecê-las. Além disso, a inocência fazia parte do cotidiano dos que lá habitavam e a sinceridade era radiante, porém nunca lacerante.

Como em todo lugar, naquele mundo também havia um líder, o Supremo Garoto. Ele era um menino como todos por lá, embora com um diferencial: era quem mais festejara anos de vida. Imagine o quão complicado seria manter um mundo em concordância, mas para ele não era. Lá nada era complicado para ninguém. A consciência dos habitantes daquela terra sem limites para sonhar trazia a boaventurança. Além disso, havia um deus que deixou escrito sobre as Montanhas do Oeste dois livros que norteavam toda aquela harmonia e felicidade invejável: o Livro da Felicidade Sem Fim e o Livro das Penitências.

Dentre todos os castigos contidos no Livro das Penitências, o pior deles era uma maldição irreversível, que resultava na saída daquela preciosa terra e, consequentemente, na entrada para o Mundo dos Homens. Em casos de discórdia, o Supremo Garoto era acionado. Ele mesmo avaliava o grau de severidade e qual tipo de punição deveria ser atribuida. A quem naquela terra se demitia da inocência verdadeira, lia-se a última página do livro, que prerroga:

"A MALDIÇÃO DA VIDA ADULTA

O tempo antes fora o teu amigo:

Apenas a sabedoria somava-se aos teus anos.

Agora o tempo é o teu castigo:

Viver significa maior proximidade com a morte.

Não mais gozará da felicidade sem motivos,

Não mais conviverá com a paz ininterrupta,

Tua mente não possui mais a inocência necessária.

Pertenceste agora ao Mundo dos Homens."

... E depois de proferida aquela maldição tudo que restava era o exílio e a contagem dos últimos anos de vida, a fim de conseguir com a morte uma renovação. A morte representa dar chance a uma nova vida e reconquistar a inocência da infância.

Enfim, hoje escrevo este gole por ser tempo de transição e de uma triste mudança. Completo os vinte três anos e agora aqui, no Mundo dos Homens, tenho que lutar por um pingo de felicidade. "Parabéns, cara"!

***

Segue abaixo imagens de momentos vivenciados no Mundo da Felicidade.

3 comentários:

  1. Oh! que saudades que tenho
    Da aurora da minha vida,
    Da minha infância querida
    Que os anos não trazem mais! (Casimiro de Abreu)

    Lembrei imediatamente dessa poesia que citei, mas por favor não me sinto culto por isso, esses versos são conhecidíssimos!

    Verdade... somou-se a você mais um ano e sabe que a vida adulta ainda guarda um pouco de infância pra gente, né?! Uma festa surpresa, uma corrida apostada, um pileque... milagres da vida aulta! rs

    Ótimo gole!
    Abraço!

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  2. Que texto, hein?! Dava vontade de nunca mais terminar de ler sobre o Mundo da Felicidade Sem Fim... Dá mais história daí, viu?!

    Faltou só uma coisa: uma foto sua, com 23 anos, vivendo entre os homens sem a inocência e fadados à morte. Tirando isso, está tudo certinho... Rs... Atá mais!

    ResponderExcluir

Muito obrigado pelo seu comentário (dose)!

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